Mas devia ser possível enviar uma garrafa de vinho como se fosse uma simples carta, com selo, remetente e destino desejado de chegada. Sem rótulo para não haver preconceitos. Existiam vidrões de correio nacional e internacional com a última recolha a ser feita à primeira hora de sol, para não queimar o vinho.
Imaginem o carteiro entregar uma colheita do vosso passado a alguém que queriam dizer um olá como estás, lembras-te daquele sítio, hoje fui à praia onde passávamos férias, já sou pai, tu és o meu orgulho, parabéns!, estou triste, tenho saudades tuas, morreu, nasceu, tenho saudades tuas, amo-te, chego amanhã, adeus, perdi-te para sempre, quando é que voltas.
Todas estas palavras escritas, sentidas pelo calor da boca que se afunda até ao coração. Tudo numa garrafa de vinho. Recebida no correio, enviada por ti.
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